domingo, 11 de julho de 2010

Tendências metodológicas no Ensino da Matemática

      Pensar o processo ensino-aprendizagem hoje, não só no Brasil, mas em todo o mundo, requer antes um esforço em delimitar a função da educação diante de uma realidade “globalizada”, porém excludente por natureza e que se torna uma ameaça latente a determinadas culturas e, outrossim, ao que chamaríamos de valores humanos.

      Na escola tradicional, a capacidade do aluno é restrita, desenvolver apenas uma mentalidade lotérica, na qual o saber fica reduzido ao maior número de pontos em testes que não exigem o menor esforço da inteligência. Caracteriza-se por acentuar o ensino humanístico, de cultura geral, as diferenças de classe social não são consideradas e toda a prática escolar não tem nenhuma relação com o cotidiano do aluno. Os conteúdos são organizados pelo professor, numa seqüência lógica, a avaliação é feita através de provas escritas e exercícios de casa, exigindo uma atitude receptiva e mecânica do aluno.

    Nas escolas onde professores de matemática trabalham com o ensino tradicional, podemos observar que o processo ensino-aprendizagem dos alunos torna-se mera transmissão da matéria, ou seja, o professor "transmite" e os alunos "recebem". Esta atividade de transmissão e recepção vem acompanhada da realização repetitiva e puramente mecanizada de exercícios, acarretando, por parte do aluno, futuras memorizações de como estes exercícios foram inicialmente desenvolvidos.

    De forma mais abrangente, o professor reproduz a matéria para a classe e, por sua vez, os alunos respondem o "questionário" do professor. E a prova? Ah, cabe agora os alunos decorarem tudo o que foi dito, feito e esquematizado pelo professor. Este, então, se esquece de que cada educando é um ser humano e como tal possui capacidades natas, como pensar.

   Na escola nova, destaca-se o princípio da aprendizagem por descoberta e estabelece que a atitude de aprendizagem parte do interesse dos alunos, que, por sua vez, aprendem fundamentalmente pela experiência, pelo que descobrem por si mesmos. O professor é visto, então, como facilitador no processo de busca de conhecimento que deve partir do aluno.

   Cabe ao professor organizar e coordenar as situações de aprendizagem, adaptando suas ações às características individuais dos alunos, para desenvolver suas capacidades e habilidades intelectuais. O mais importante não é o ensino, mas o processo de aprendizagem.

   Na escola ativa, a escola representa um caminho atraente e estimulante, oferecendo abordagens interativas e inovadoras, contemplando estudos de meio, dinâmicas, oficinas e vivências concretas que ampliam o universo cultural e o repertório cognitivo de nossos alunos. Estratégias que promovem e estimula os alunos, além de prepará-los para apresentar às demais pessoas o resultado de seu trabalho. São valorizados os aspectos emocionais e sociais são importantes na formação plena de nossos alunos.

   Educar em Matemática requer objetivos, concretizados em conteúdos, planejamento da ação educativa e ferramentas que as potencialize e, por fim, a avaliação dos resultados do que se realizou. A atividade permite um ciclo completo no processo criativo do professor, que parte dos conhecimentos que detém, mas que ao participar de uma dinâmica de trabalho, em que partilha significado, sofrerá modificações no seu modo de fazer o seu objeto principal como profissional: criação e desenvolvimento de atividades educativas.

   Na escola comportamentalista, o homem é considerado um organismo passivo, governado por estímulos fornecidos pelo ambiente externo, baseada no comportamento individual, grupal ou formal do ser humano. O comportamento é o conjunto de reações de um sistema dinâmico diante as interações propiciadas pelo meio onde está inserido, conhecimento é um conjunto de comportamentos que se manifestam a partir de um estímulo particular e da probabilidade de comportamento especializado.

   Esta corrente associou o comportamento humano ao dos outros animais. Possui uma abordagem cartesiana, busca encontrar os elementos básicos do pensamento humano e seu comportamento. Thorndike, primeiro comportamentalista a pensar o ensino da matemática, entende a aprendizagem como uma série de conexões entre situações ou estímulo e reposta. E baseia-se em três leis fundamentais para a aprendizagem:

1. Lei do efeito: uma conexão recém estabelecida tem sua força aumentada se acompanhada por uma sensação de satisfação

2. Lei do exercício: quanto mais utilizada uma conexão, mais forte ela se torna.

3. Lei da prontidão: parte da idéia de que as conexões podem ou não estar prontas para serem postas em prática, se uma conexão está pronta, seu uso gera satisfação, se não está, seu uso gera desconforto.

   Na escola construtivista, o aluno deixa de ser um objeto treinado pelo sistema comportamentalista e passa a participar ativamente do próprio aprendizado, mediante a experimentação, pesquisa, trabalho em grupo, o estímulo ao desafio, desenvolvimento do raciocínio e a busca constante de aperfeiçoamento. O erro do aluno é considerado importante, não para reprimir ou reprovar, mas como forma de melhor a aprendizagem, desenvolve conceitos importantes, como: a cidadania, de modo que ele possa discutir temas sociais, apresentar sugestões, contestar e aceitar conscientemente.o aluno é portanto, o sujeito de sua própria aprendizagem e O professor assume o papel de provocador e estimulador de novas experiências e dever ser capaz de propor estratégias ou caminhos para buscar respostas.

   A pedagogia de Paulo Freire parte da realidade também denominada pedagogia da libertação utiliza "temas geradores", ou seja, os alunos são alfabetizados com as palavras que usam no dia-a-dia, sempre associando o processo de alfabetização com a vida. Parte da realidade concreta e suas formas de interpretação, busca superar e construir um conhecimento novo, que integra prática e teoria, e desperta ambos os sujeitos do processo educativo. É mais do que transmissão de conteúdos. Envolve postura e atitude diante do mundo, é uma práxis transformadora das estruturas e das pessoas. Freire criticava a idéia de que ensinar é transmitir saber porque para ele a missão do professor era possibilitar a criação ou a produção de conhecimentos. o profissional de educação deve levar os alunos a conhecer conteúdos, mas não como verdade absoluta. Freire dizia que ninguém ensina nada a ninguém, mas as pessoas também não aprendem sozinhas. "Os homens se educam entre si mediados pelo mundo", escreveu. O aluno não chega em sala com uma carga grande de conhecimentos, e junto com o professor aprenderão junto, e para isso é necessário que as relações sejam afetivas e democráticas, garantindo a todos a possibilidade de se expressar, sua criação cultural, portanto, não é individual, mas coletivo. Seu principal objetivo de Freire é refletir e reflexionar o conceito de limite tão utilizado na escola tradicional. Pensar no seu sentido restritivo e tão pouco produtivo. Para o educador escola não tem fronteiras, é a aprendizagem da vida.

   Ao reconhecer a didática como Ciência, é preciso perceber sua importância na formação do cidadão. Como educador matemático, é possível selecionar objetivos, organizar atividades, formular critérios de avaliação, determinar procedimentos. O professor de Matemática, deve, portanto, buscar na didática as verdadeiras técnicas de ensino, as quais só serão alcançadas através do trabalho pedagógico bem estruturado. Para isso, o professor deve ser crítico, perspicaz, articular conceitos da psicologia, sociologia, fazendo uma comparação, análise e reflexão diante sua própria prática pedagógica.

   Os Parâmetros Curriculares Nacionais é um documento oficial que possui metas, objetivos e princípios para a Educação Básica. Para o professor serve como princípio básico na organização de suas ações didáticas, no entanto, as velhas práticas ainda continuam e são perceptíveis na atual realidade, embora se fale muito em mudança, muitos ainda precisam transformar suas velhas práticas, já conhecemos as atitudes que dão certo, a flexibilidade, espontaneidade, a problematização, contextualização, reflexão, ter um projeto na escola, com a participação da comunidade, a integração dos professores, pesquisar, estudar, relacionar os saberes. Agora, é preciso mais do que conhecer; é preciso colocar em prática, ainda é o desafio nos dias atuais.



   Referências Bibliográficas:

MOURA, M. O. A atividade de ensino como ação formadora. In: CASTRO, A. & CARVALHO, A (orgs). Ensinar a ensinar: didática para a escola. São Paulo: Editora Pioneira, 2001.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Educa%C3%A7%C3%A3o_matem%C3%A1tica



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