Matemática na sala de aula
Os temas transversais propostos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais são enriquecidos em sala de aula quando trabalhados por meio de situações-problema e trabalhos em equipe que envolvem o contexto sociocultural dos alunos e harmonia com conteúdos de outras disciplinas.
A partir do tema Ética é possível desenvolver nos alunos atitudes como: confiança na própria capacidade de construir e adquirir conhecimentos matemáticos e resolver problemas com eles, empenho em participar ativamente das atividades em sala de aula, respeito à maneira de pensar dos colegas.
Não cabe ao professor de matemática dar orientação sexual aos alunos, mas, de modo transversal propor situações-problema que envolvam tabelas e gráficos a respeito de temas sobre os quais os alunos possam refletir como estatísticas sobre a incidência da gravidez prematura entre jovens e adolescentes, evolução da AIDS nos diferentes grupos e países, estatísticas sobre doenças sexualmente transmissíveis.
Meio ambiente é um tema presente em vários momentos na aula de matemática através dos procedimentos de coleta, organização e interpretação de dados estatísticos, formulação de hipóteses, modelagem, prática de argumentação, pois auxiliam na tomada de decisões sobre a preservação do meio ambiente. Áreas, volumes, proporcionalidade, porcentagem são conceitos utilizados para abordar questões como poluição, desmatamento, camada de ozônio, etc.
Com relação à saúde, alguns contextos para a aprendizagem de conteúdos matemáticos como índices de fome, de desnutrição e mortalidade infantil em várias regiões do país e, em particular, naquela em que o aluno vive, médias de desenvolvimento físico no Brasil e em outros países, estatísticas sobre várias doenças e como preveni-las, levantamentos de dados sobre saneamento básico, condições de trabalho, podem conscientizar o aluno e sua família.
No estudo comparativo dos sistemas de numeração, por exemplo, os alunos poderão constatar a supremacia do sistema indo-arábico e concluir que a demora de sua adoção pelos europeus se deveu também ao preconceito contra os povos de pele escura e não cristãos. Outros exemplos serão encontrados ao se pesquisar a produção de conhecimento matemático em culturas como a chinesa, a maia e a romana. Nesse momento entra o recurso da história da Matemática.
Situações ligadas ao tema trabalho podem se tornar contextos interessantes a serem explorados na sala de aula: o estudo de causas que determinam o aumento/diminuição de empregos, previsões sobre o futuro mercado de trabalho em função de indicadores atuais, pesquisas dos alunos dentro da escola ou na comunidade a respeito dos valores que os jovens de hoje atribuem ao trabalho.
Às vezes o consumo é apresentado como objetivo de vida, transformando bens supérfluos em vitais, levando ao consumismo. É preciso mostrar que o objeto de consumo _ um tênis, uma roupa de marca, um produto alimentício ou um aparelho eletrônico, etc. _ é fruto de um tempo de trabalho.
Aspectos ligados aos direitos do consumidor também necessitam da matemática para serem mais bem compreendidos. Por exemplo, para analisar a composição e a qualidade de produtos e avaliar seu impacto sobre a saúde e o meio ambiente, ou para analisar a razão entre menor preço/maior quantidade. Nesse caso, situações de oferta como “compre 3 e pague 2” nem sempre são vantajosas, pois geralmente são feitas para produtos que não estão com muita saída ou que estão com os prazos de validade próximos do vencimento.
Habituar-se a analisar essas situações é fundamental para que os alunos reconheçam e criem formas de proteção contra a propaganda enganosa e contra os estratagemas de marketing a que são submetidos os consumidores.
Através dos temas transversais percebe-se que a matemática pode ser trabalhada na sala de aula sob uma perspectiva de contextualização e interdisciplinaridade, compreendendo e buscando meios de pesquisas que partem da realidade do aluno para a ampliação de conhecimentos científicos. A demanda da sociedade atual não é mais de um ensino da matemática que vem de fórmulas e regras de estudiosos do passado, sem que o aluno saiba porque e para que estão estudando determinado conteúdo.
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